Uma tabuleta de pedra, com mais de 2.500 anos, que fala sobre a Torre de Babel foi encontrada no Iraque. Ela faz parte de uma coleção particular, pertence ao empresário norueguês Martin Schøyen, que possui um acervo de mais de 13.000 manuscritos e peças antigas.
O professor Andrew George, do Instituto Smithsonian, uma das instituições mais respeitadas do mundo no estudo de antiguidades, apresentou esta semana o material pela primeira vez.
Ele foi objeto de um programa de TV produzido pelo Canal do museu.
O arqueólogo escreveu em 2011 o livro “Inscrições Cuneiformes dos Reis”, onde analisa o material da coleção de Schøyen. A tabuleta contém um desenho do rei Nabucodonosor II, que governou Babilônia há 2.500 anos, ao lado de um enorme zigurate – estrutura piramidal, que era dedicada ao deus Marduk.
O texto que acompanha a figura menciona a “torre”, que os estudiosos acreditam ser uma referência inequívoca à Torre de Babel descrita na Bíblia. O mais provável é que Nabucodonosor II tenha restaurado ou reconstruído uma torre com os sete andares mostrados no desenho e uma grande escadaria. No topo, um local usado para observação das estrelas e realização de cerimônias religiosas.
Essa representação de Nabucodonosor é uma das quatro únicas no mundo. O professor George explica que as outros estão esculpidas em falésias no Líbano, em Wadi Brisa e em Shir es-Sanam. Destaca também que, dentre todas, a representação mais nítida está na tabuleta.
As ruínas de Babel se encontram em Hillah, no Iraque, cerca de 100 quilômetros ao sul de Bagdá. Há um sítio arqueológico que inclui um grande número de estruturas de edifícios. Foi encontrado o alicerce de um gigantesco zigurate.
Contudo, os relatos por escrito sobre o local são raros. A tabuleta apresentada por Andrew George é a única conhecida com uma representação gráfica. Durante muito tempo pesquisadores usaram esse argumento para afirmar que o relato bíblico seria apenas uma “lenda”.
Contudo, uma tabuleta de argila com escrita cuneiforme – datada de 2500 a. C. – foi encontrada no Iraque e traduzida em 1872. Ela traz um relato controvertido que parece ser um paralelo à história bíblica da Torre de Babel: “…seu coração se tornou mal… Babilônia submeteu os pequenos e os grandes. Ele (uma divindade) confundiu seus idiomas… o seu lugar forte, que por muitos dias eles edificaram, numa só noite ele trouxe abaixo.”
Outro texto cuneiforme, produzido em cerca de 2200 a. C. e publicado em 1968, faz menção de uma época em que havia “harmonia de idiomas em toda Suméria” e os cidadãos “adoravam ao deus Enlil numa só língua… o deus Enki, senhor da abundância… e o líder dos deuses… mudou a linguagem na sua boca e trouxe confusão a eles. Até então, a linguagem dos homens era apenas uma.”
O texto de Gênesis 11 fala sobre uma torre construída pelos descendentes de Noé, com a intenção de eternizar seus nomes. Sua pretensão é que ela fosse tão alta que alcançasse o céu.
Isso foi visto como uma afronta por Deus que, para castigá-los, confundiu as suas línguas e os espalhou por toda a Terra.
0 comentários:
Postar um comentário