No dia seguinte ao fim da Festa de Pentecostes – Shavuot no calendário judaico – o Sinédrio conduzirá uma cerimônia oficial para “estabelecer as fronteiras de Jerusalém”. O objetivo é restabelecer o serviço do Templo. A ideia é repetir o que foi realizado por Neemias no século VI a.C.
Para esse grupo de judeus ortodoxos, este seria o último passo antes de se iniciar os sacrifícios. Além disso, nos dias de hoje teria um aspecto político “poderoso e oportuno”, uma vez que as Nações Unidas estão tentando retirar a soberania de Israel sobre sua capital.
O rabino Hillel Weiss, porta-voz do Sinédrio moderno, disse que o estabelecimento dessas fronteiras simboliza uma preparação para a edificação do Terceiro Templo, pois imediatamente depois que Neemias estabeleceu os limites de Jerusalém, os sacrifícios começaram de novo.
“A única coisa que falta hoje para começarmos a fazer os sacrifícios é o altar”, explicou Weiss ao site Breaking Israel News. “Quando isso estiver pronto, já teremos nossas as fronteiras firmemente estabelecidas”.
Ele explica que a Lei determina que alguns sacrifícios deveriam ser comidos em Jerusalém, como ofertas da paz, as primícias e o cordeiro pascal. Portanto, os que seguem os ensinamentos da Torá entendem que esses limites estabelecem uma “área de santidade”.
O rabino lembra que, de acordo com os textos bíblicos, a aquisição de terra deve ser acompanhada por um ato físico. Ou seja, a pessoa que compra ou herda a terra deve andar pelas suas fronteiras ou fazer uma refeição nesse espaço.
Daqui a três semanas, em 1 de junho, logo após o final de Shavuot, o Sinédrio marcará pontos ao longo da fronteira e tentará caminhar o máximo possível. Eles ainda esperam receber permissão da Polícia de Jerusalém, pois no passado muitas das atividades relacionadas com o Templo foram impedidas pelo governo, para evitar conflitos com radicais muçulmanos.
O rabino Weiss admite que esse movimento do Sinédrio tem uma forte motivação política. “O Jubileu de Jerusalém é o melhor momento para se restabelecer a santidade de Jerusalém”, argumenta, referindo-se ao 50º aniversário da unificação de Jerusalém em junho.
“O Presidente Trump está chegando para sua primeira visita oficial. Temos de deixar claro para ele, como líder de uma nação amiga de Israel, que a eterna capital judaica está mais uma vez pronta para cumprir seu papel bíblico. Isso também dá uma resposta direta às absurdas proclamações da UNESCO, que tenta impedir que os judeus realizem seu propósito estabelecido na Bíblia”.
Primeiro passo
Como primeiro passo no processo de estabelecimento das fronteiras de Jerusalém para a construção do Terceiro Templo, o Sinédrio ouviu o testemunho do Dr. Daniel Michelson, professor do Instituto Weizmann. Ele realizou um estudo exaustivo sobre as fronteiras de Jerusalém e do Segundo Templo, conforme descrito no Livro de Neemias.
Para começar a oferecer sacrifícios, Neemias reconstruiu os muros de Jerusalém com base nas fronteiras do primeiro templo, estabelecido pelo rei Salomão e pelo rei Davi. Os alicerces desses muros foram descobertos pelos arqueólogos Bliss e Dickie, na década de 1890. O rabino Michelson baseou suas medições e mapas a partir das descrições detalhadas no capítulo três do Livro de Neemias.
Depois de marcar as fronteiras, o Sinédrio realizará a Oferta de Ação de Graças de Neemias, de vinte pães.
O grupo de judeus envolvido nesse evento avisa que as fronteiras de Jerusalém do Terceiro Templo serão substancialmente maiores do que as do Segundo Templo. De acordo com o estudo do professor Michelson, baseado em descrições do Livro de Ezequiel, os limites de Jerusalém terão mais de sete quilômetros de cada lado.
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