Em evento comemorativo do 50º aniversário da Guerra dos Seis Dias, ministros defendem assentamentos na Cisjordânia
Durante o encontro do Conselho de Comunidades Judaicas da Judéia e Samaria, ocorrido em Washington, nesta terça-feira (28), o ministro das Comunicações, Tzachi Hanegbi, fez uma declaração inesperada.
Ao falar sobre a tentativa da ONU de impedir a construção de assentamentos na Cisjordânia, ele disparou “A defesa é importante, a segurança é importante, mas a coisa mais importante é a reivindicação moral de Israel. Estamos empenhados em seguir em frente, vivendo em nossa terra, terra essa que não nos foi dada pelo Google e Wikipedia, mas pela Bíblia”.
O evento em que Hanegbi falou foi organizado para comemorar o 50º aniversário da Guerra dos Seis Dias. Esta foi a primeira vez que o Conselho realizou um evento em Washington concomitantemente com a conferência do AIPAC (Comitê EUA-Israel de Negócios Públicos), visando conseguir apoio tanto nos Estados Unidos como na União Europeia para a construção de mais assentamentos.
Também discursou o ministro da Habitação e Construção, Yoav Galant, que fez questão de lembrar aos presentes que não usam o nome Cisjordânia, preferindo referir-se à região com o nome bíblico. “Para nós, Judeia e Samaria são Israel”, destacando o controle contínuo da Área C – nome dado pela ONU – é “existencialmente necessário” para o futuro do Estado judeu.
Falando depois de seus colegas, a vice-ministra das Relações Exteriores, Tzipi Hotovely, disse que há três argumentos “justos” para que o governo israelense continue construindo casas na Área C, reivindicada pela Palestina. Segundo ela, a vitória de Israel na Guerra dos Seis Dias é o fator determinante.
“Foi uma guerra justa. É uma defesa justa. Mas o mais importante, foi baseado em uma reivindicação justa”. Para ela, é uma reivindicação do povo judeu a recuperação das áreas bíblicas de Bet-El, Siquém, Jerusalém e Hebron, objeto de disputa com a Autoridade Palestina.
Incisiva, acrescentou “Eu sempre digo que a ocupação é um mito, porque nunca ocupamos a terra de outras pessoas. Esta é a terra judaica [Judéia e Samaria] e deve ser para sempre uma terra judaica, sob a lei israelense”.
Essas declarações com tons religiosos sempre são criticadas, mas ecoam a postura do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. No ano passado, falando a alunos da rede pública, ele declarou: “Antes de tudo, estudem a Bíblia. Devemos fazer um grande esforço, pois esta é a razão do porquê estamos aqui, dos motivos pelos quais retornamos a esta terra e que nos motiva a ficar aqui.”
Os discursos dos ministros de Israel se contrapõem diretamente às recentes decisões do Conselho de Segurança da ONU. Dominado por países islâmicos, em dezembro de 2016, ele aprovou uma resolução exigindo o fim da construção de assentamentos israelenses no que chama de “territórios palestinos ocupados”. Com informações Jerusalém Post
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